sábado, março 08, 2008

Dia da Mulher; Vítimas de escalpelamento
Por Correio Braziliense - DF
25 de fevereiro de 2008
Levantamento mostra que acidente em que o couro cabeludo da vítima é arrancado pelo eixo do motor de barcos é mais comum do que se pensava. Por causa dos cabelos longos, mulheres são as mais Uma mobilização envolvendo comunidades ribeirinhas, secretários estaduais, parlamentares e membros do governo federal está sendo costurada para minimizar o drama social das vítimas de escalpelamento. São pessoas, quase sempre mulheres, que têm o couro cabeludo arrancado pelos eixos giratórios de embarcações improvisadas que muitas vezes servem como único meio de transporte local. O acidente, vinculado até então a cidades da Amazônia, é mais comum do que se pensa. Levantamento da Defensoria Pública da União mostra notificação de casos em 24 estados, de 2000 a 2006.

A Defensoria, que realiza um projeto itinerante de conscientização em comunidades ribeirinhas, tomou como base os atendimentos médicos prestados pelo Sistema Único de Saúde a vítimas de escalpelamento no país inteiro. No total, foram 9 mil procedimentos em seis anos. O equivalente a 4,1 atendimentos por dia. A defensora pública da União Luciene Strada pondera que a conta não se trata de número de casos. “Uma pessoa pode ser atendida mais de uma vez. Ainda assim, a marca de 9 mil procedimentos indica um universo de vítimas muito maior do que imaginávamos”, destaca.


Maria Trindade Gomes conhece de perto a tragédia. Aos sete anos, viajava num barco na cidade paraense de Portel, a 650km da capital Belém, quando o balanço das águas derrubou a garota no chão. Em fração de segundos, os cabelos de Maria se enroscaram no eixo que fica exposto rente à água, girando a 1800 rotações por minuto. Ela teve o couro cabeludo completamente arrancado.

Ficou seis anos internada e, quando finalmente pôdesair do hospital, caiu em depressão. Devido à aparência deixada pelo acidente, é comum que as vítimas se isolem e desenvolvam problemas psicológicos. Há menos de um ano, Maria conseguiu forças para tocar a vida. Ela integra a Associação de Mulheres Ribeirinhas e Vítimas de Escalpelamento da Amazônia. “Não tive infância, não consegui estudar, ninguém aceita a gente. É muito difícil lidar com o preconceito”, diz Maria, hoje com 39 anos.

A fiscalização nos rios da Amazônia, onde a população paga cerca de R$ 0,50 para se deslocar em barcos familiares, é feita pela Marinha. Mas o número expressivo de embarcações, são cerca de 30 mil só no estado do Pará, conforme estimativa da Capitania dos Portos da Amazônia Ocidental, dificulta as inspeções. Para evitar a tragédia, bastaria que os donos dos barcos colocassem uma proteção nos eixos. “Mas eles simplesmente não se interessam em fazer isso, é uma questão cultural”, afirma Maria.

Engenheiros do Ministério do Trabalho estiveram na Região Norte para verificar como cobrir o eixo que causa o escalpelamento da melhor maneira possível. Estão sendo preparados 8 mil kits de proteção, a R$ 100 cada, com dinheiro do governo do Amapá e comrecursos garantidos também por parlamentares da Amazônia, para serem doados a donos de embarcações do estado.

Só no Amapá, a Secretaria de Políticas para as Mulheres já identificou cerca de 1.400 vítimas de escalpelamento. “Como há uma folga entre o eixo giratório e o barco, é dado a crianças e mulheres a tarefa de tirar a água que entra. Daí elas serem as maiores vítimas, além da questão do cabelo comprido”, explica a cirurgiã plástica Zineide Alves de Souza, do Hospital de Emergência do Amapá.

Problema generalizado

Levantamento minucioso da Defensoria Pública da União (DPU), com base em registros do SUS, obteve dados estarrecedores sobre a ocorrência de escalpelamentos em embarcações no país:

Há vítimas em 24 unidades da federação, e não apenas em cidades da Região Norte

Os estados do PA, PR, BA, MA, MG, RS, SP, PI, TO e ES são os mais problemáticos. Realizaram, cada um deles, mais de 40 atendimentos médicos a escalpelados, entre 2000 e 2006

No Brasil, no mesmo período, foram cerca de 9 mil procedimentos no SUS

Só na semana passada, no Pará, quatro casos foram registrados

Fonte: DPU e Associação de Mulheres Ribeirinhas e Vítimas de Escalpelamento da Amazônia

Atendimento é precário

Em 26 anos de trabalho, com 300 casos de escalpelamento tratados, a cirurgiã Zineide Alves de Souza lamenta a penúria do Sistema Único de Saúde (SUS). “Converso com colegas do Brasil inteiro e a situação é a mesma: falta instrumental básico para tratar os pacientes”, diz a médica. Na ausência de lâminas adequadas para retirar a pele do paciente que vai ser enxertada, ela usa giletes.

Outro instrumento que falta na rede pública é o expansor, espécie de bolsa de silicone que expande o couro cabeludo da vítima que foi preservado. “Passamos anos pedindo um expansor”, reclama Zineide. Conseguir perucas de silicone é outro problema. “Não é possível fazer implante de cabelo nessas pessoas, pois o que resta é osso e a pele enxertada”, explica a cirurgiã.

O Ministério da Saúde se comprometeu, em documento elaborado no encontro da semana passada com representantes das vítimas de escalpelamento, a adotar algumas medidas. A Coordenação de Alta e Média Complexidade definiu como prioridade no atendimento aos escalpelados organizar e expandir o serviço médico nos estados do Norte, qualificar profissionais, contribuir em programas de prevenção dos acidentes e garantir transporte às vítimas, que muitas vezes morrem antes de chegar a um pronto-socorro. O dia 28 de agosto foi escolhido pelas vítimas para ser o Dia Nacional de Combate e Prevenção do Escalpelamento.

quinta-feira, março 06, 2008

Defensoria Pública recebe comenda em Portel

O município paraense de Portel comemorou 250 anos de fundação no último dia 24 de janeiro de 2008 e durante as festividades, a prefeitura local realizou a entrega da Comenda Arucará para diversas personalidades que se destacaram ma prestação de serviços de reconhecimento público. Entre os agraciados, esteve a Defensoria Pública do Estado Pará, representada na ocasião pelo defensor público Guilherme Coelho.

Guilherme Coelho, que é titular de Melgaço e atua também em Portel, sentiu-se muito honrado ao receber a comenda em nome da Defensoria Pública. “Este reconhecimento por parte do município só reforça o compromisso de exercer a missão da instituição, que é de garantir cidadania e o acesso à justiça para todos os cidadãos carentes do Pará”, ressalta.

Defensoria Pública
3201-2675

UFPA participa da nova versão do Projeto Rondon em portel




O projeto "Gerar, Nascer e Crescer saudável: responsabilidade e comprometimento com a vida na promoção de educação em saúde , coordenado pela Profª Ieda Maria Louzada Guedes, com o apoio da doutoranda Charliana Aragão Damasceno e de mais seis estudantes de graduação, desenvolveu ações na cidade de Portel, localizado na Ilha do Marajó, Estado do Pará, no mês de janeiro deste ano. Portel foi um dos 31 municípios paraenses agraciados pela Operação Grão-Pará, integrada por 45 municípios dos Estados do Pará e Piauí.

Essa Operação faz parte de um conjunto de ações do Projeto Rondon, que envolvem atividades voluntárias de universitários voltadas às necessidades de municípios carentes e de difícil acesso.
No Pará, foram 31 municípios atendidos: Augusto Corrêa, Aurora do Pará, Bagre, Baião, Bujaru, Cachoeira do Arari, Colares, Concórdia do Pará, Curralinho, Inhangapi, Ipixuna, Limoeiro do Ajuru, Magalhães Barata, Marapanim, Melgaço, Mocajuba, Muaná, Oeiras, Ourém, Peixe-Boi, Ponta de Pedras, Portel, Quatipuru, Santa Cruz do Arari, Santa Luzia do Pará, Santarém Novo, São Caetano, São Sebastião, Soure, Timboteua e Tracateua. As Instituições de Ensino superior do Estado paraense que atenderam essas cidades foram a Universidade Federal do Pará (UFPA), Universidade do Estado do Pará (UEPA), Universidade Rural da Amazônia (UFRA) e Universidade da Amazônia (UNAMA).
Para atender as demandas da comunidade de Portel, foram feitos 3 cursos de Capacitação, ofertados pelo projeto da UFPA que envolve alunos de Psicologia. Pedagogia, Odontologia, Enfermagem e Biomedicina: Multiplicadores em Bem-Estar da Mulher, Criança e Adolescente; Multiplicadores em Saúde Alimentar e Nutricional; Agentes Críticos Reflexivos Multiplicadores em Educação. Todos os cursos foram destinados à docentes de ensino fundamental e médio, que de acordo com a Profª Ieda Guedes, são os disseminadores de conhecimento e aos Agentes Comunitários de Saúde(ACS), que são a ponte da comunidade com o Sistema de Saúde. Além disso, foram realizados um curso de Atualização para os ACS, um Fórum com Conselheiros Municipais e a I Semana Temática sobre Educação, Saúde e Cidadania de Portel, destinada à população em geral.
Para a coordenadora do Projeto, o objetivo foi bem alcançado pela equipe, que se envolveu diretamente com as problemáticas da cidade. “Uma das necessidades relevantes da comunidade é a falta de informação e formação, e isso nós pudemos levar a eles”, garante. Ieda afirma também que essa iniciativa servirá de estímulo para a comunidade acadêmica, para quem tiver interesse em fazer extensão. “Não há limites de número de projetos a serem aprovados pelo Governo Federal. Se o projeto tiver mérito, ganha", diz a professora
A estudante de doutorado, Charliana Aragão, que atua como vice-coordenadora do Projeto, é mais taxativa “Foi a melhor experiência que eu já tive. Nada se compara ao que eu pude vivenciar em Portel. Você lidar com a realidade, na qual só ouve falar, é difícil e ao mesmo tempo enriquecedor. Essa experiência com certeza nos humaniza, nos amadurece pessoal e profissionalmente".
Texto : Giselle ValeBolsista de Comunicação da Proex

6 - MISSÃO JENNER (Edward Jenner)SAÍDA: BELÉM - PA
DATA: 05/2009
VOLUNTÁRIOS: Inscritos em Belém - São Luís - Macapá
EQUIPES: Indus, Lepus e Libra
CIDADES PREVISTAS: 21ESTIMATIVA DE ATENDIMENTOS: 27.300ESTIMATIVA DE HORAS VOADAS: 42:00 horasDISTÃNCIA A SER PERCORRIDA: 10.890 kms
.
PORTEL - PA / Equipe Indus
BREVES - PA / Equipe Lepus
ANAJÁS - PA / Equipe Libra
CHAVES - PA / Equipe Indus
ITAUBAL - AP / Equipe Lepus
SUCURIJU - AP / Equipe Libra
CALCOENE - AP / Equipe Indus
OIAPOQUE - AP / Equipe Lepus
AMAPÁ - AP / Equipe Libra
PEDRA BRANCA DO AMAPARI - AP / Equipe Indus
PORTO GRANDE - AP / Equipe Lepus
MAZAGÃO - AP / Equipe Libra
LARANJAL DO JARI - AP / Equipe Indus
GURUPÁ - PA / Equipe Lepus
ALMERIM - PA / Equipe Libra
SEN. JOSÉ PORFÍRIO - PA / Equipe Indus
PRAINHA - PA / Equipe Lepus
ALTAMIRA - PA / Equipe Libra
ANAPU - PA / Equipe Indus
PACAJÁ - PA / Equipe Lepus
TAILÂNDIA - PA / Equipe Libra


CEFET- BAMBUÍ EM PORTEL
Mãos à obra. Desde domingo, dia 10, alunos do CEFET-BAMBUÍ participantes do Projeto Rondon desenvolvem seus trabalhos no nordeste do país. Foram recebidos com festa pelas cidades contempladas.
O CEFET aprovou quatro propostas de trabalho para esta edição do Projeto Rondon e selecionou os alunos que se encaixavam nos perfis ideais para a realização das atividades.
Em Portel, no Pará, o primeiro trabalho dos universitários e professores foi coletar informações da comunidade visitando as famílias da região. A partir de então, foram abertas as inscrições para os cursos de formação comunitária.
A participação dos rondonistas em programas de rádio garantiu também que muitos habitantes soubessem do projeto e assegurou que os cursos tivessem alta procura. Centenas de pessoas se inscreveram para os treinamentos oferecidos.
Dentre os cursos estão os de compostagem e formação de horta comunitária, visando a sustentabilidade e a prática da cidadania entre os membros da comunidade.
Antes de partirem para Portel, os alunos foram recepcionados calorosamente pelo Ministério da Defesa em Belém do Pará, onde ficaram hospedados por dois dias.
Ao Ministério da Defesa e às cidades que acolhem os alunos do CEFET-BAMBUÍ, nossos aplausos e nossos agradecimentos.
Veja as fotos dos primeiros dias dos rondonistas do CEFET no Pará:
Ver imagens em portel.

Gilliard fara show em Portel


O cantor Gilliard fez muito sucesso nos anos 80 com canções como “Aquela Nuvem” e “Festa dos Insetos”. Era presença constante nos programas de Bolinha, Silvio Santos, Chacrinha e Flávio Cavalcanti. Em 82 atingiu a incrível marca de 1 milhão de cópias vendidas. Gilliard é casado com Silvia Marinho, ex-integrante do grupo Harmony Cats, há mais de 20 anos. Tem dois filhos e foi dono de farmácias e lojas de telefones celulares.

quarta-feira, março 05, 2008

FAMILIARES PROTESTAM APÓS A MORTE NO SUPERMERCADO
Familiares do homem morto no supermercado na 2 d fevereiro no bairro do muruci protestam nas ruas de portel pedindo justiça com faixas que diziam que professor de portel ensina a matar.
tudo porque no dia 17 de fevereiro o homem conhecido por CABEÇA que ja tinha passagem pela policia adentrou a um supermercado do bairro do muruci e segundo populares roubou uma caixa de trident (chicletete),e fora visto por professor parente do dono da loja que o segurou lhe aplicando o mata leão ou a famosa gravata,e que logo em seguida com a chegada da policia fora costatada a morte do acusadodo roubo.
trasferindo para o professor o crime, e preso em fragante por homicidio.

NAVIO
uxiliar Pará - U 15 chega a portel
O Projeto "chanse para todos" .chega a portel as açoes que tem
A parceria entre Governo do Pará, Secretarias do Estado e Marinha do Brasil superou as metas previstas.
A facilidade de acesso e também a disponibilidade de diversos serviços oferecidos no mesmo local é o maior atrativo do projeto segundo a população atendida, que sofre uma carência de serviços básicos e necessitam de constante deslocamento para outras localidades (breves e belem),com mais recurso e estrutura.
Cidadania - Já no segundo dia de projeto em portel, mais de 120 documentos foram emitidos. Josué Nogueira Pereira, 18 anos, foi um dos que tirou a sua carteira de trabalho. O jovem estudante do ensino médio diz que ainda não tem emprego, mas que quando conseguir um quer estar com tudo preparado. Segundo ele, "é muito melhor fazer isso aqui pertinho de casa do que lá em belem. O processo todo levou uns sete
minutos, bem rápido".
"Com a ajuda do governo do Estado e da Secretaria de Saúde, nós vamos poder atingir um maior número de pessoas no que diz respeito ao atendimento básico de saúde".
No último quinta (5), o navio continou suas atividades durante o dia e a muitos moradores foram atendidos.

terça-feira, março 04, 2008

LINHÃO MARAJÓ SAIRA DO PAPEL.


Orçada em R$ 360 milhões, a interligação do Sistema Isolado da ilha do Marajó será possível através da extensão de rede elétrica de Tucurui até o Marajó, com a construção de mais de 1.140 quilômetros de Linhas de Transmissão e Distribuição de energia elétrica (712 quilômetros de Linha de Transmissão em 138 kV e 430 quilômetros de Linha em 34,5 kV) e de 17 novas subestações, que vão levar energia para mais de 50 mil famílias até 2010.
No total, quinze municípios do Marajó serão beneficiados diretamente pelo projeto de interligação. Na primeira etapa, prevista para encerrar em 2009, serão interligados ao sistema elétrico convencional Portel, Breves, Melgaço, Curralinhos e a localidade de Parada do Vento, com um investimento de R$ 160 milhões.
O ribeirinho Manoel Ferreira da Silva, presidente da Associação de Pescadores da comunidade de Vila Catispera, está otimista com os projetos anunciados para o Marajó. "Vai dar mais dignidade para a nossa gente", acredita.
"Nós precisamos abolir a vela, o candeeiro e a lamparina. Nós queremos é luz elétrica na casa de todos os brasileiros", defendeu o presidente Lula, em discurso à população. Segundo Lula, 85% das residências do meio rural não possuem energia elétrica no país e a interligação do Marajó ao Linhão de Tucuruí vai garantir oportunidades de crescimento e desenvolvimento para o Marajó.
De acordo com Carmem Campos Pereira, distribuir energia elétrica para regiões tão grandiosas, com muitos rios e florestas, além de baixa densidade demográfica, é um desafio grande para a Celpa. "Mas a Celpa tem um papel fundamental no desenvolvimento e no progresso do Marajó e do Estado do Pará e, apesar de ser um desafio muito grande, nós nos orgulhamos de oferecer isso para a sociedade marajoara e paraense", destaca a presidente.

Empregos Cerca de 2 mil empregos diretos e indiretos deverão ser gerados pelo projeto de interligação do Sistema Isolado da ilha do Marajó, até 2010, de acordo com o presidente da Eletrobrás, Valter Luiz Cardeal.

Internet possibilita o papel de jornalista

Uma mudança está em curso no jornalismo mundial. E você (sim, é você mesmo, caro leitor) encontra-se no centro disso.
Com a popularização das formas de colaboração via internet, o cidadão está deixando a sua posição de, na maioria da vezes, mero espectador das notícias para transformar-se, ele próprio, em um narrador dos fatos.
Sites em que os internautas publicam reportagens; páginas em que os usuários, e não jornalistas, determinam quais fatos têm maior relevância; blogs com relatos pessoais dos acontecimentos e até um jornal virtual gerado por milhares de "repórteres" amadores espalhados pela Terra são exemplos de como essa onda está se disseminando.
O fenômeno, inclusive, já chamou a atenção de veículos tradicionais, como The New York Times, BBC, Estadão, O Globo, entre outros, que desenvolveram ou estão desenvolvendo canais virtuais para o leitor contribuir na cobertura dos fatos com textos e fotos. "A web permite que as pessoas publiquem tudo o que quiserem facilmente. E muitos optaram pelo jornalismo, como uma forma de suprir temas que a mídia não cobre", disse ao Link o jornalista norte-americano Dan Gillmor, um dos principais ativistas mundiais do "jornalismo cidadão", como está sendo chamado o fenômeno.
Para ter uma idéia da abrangência do fenômeno no mundo, nos EUA, dos 20 milhões de blogs, 34% são considerados jornalísticos por seus donos, aponta um estudo divulgado no ano passado pela Pew Internet & Family Project. Mais: na Coréia do Sul, por dia, 700 mil acessos são feitos ao jornal virtual OhMyNews, redigido pelos próprios internautas. No Brasil, a coisa ainda não chegou a tanto. Mas as iniciativas de "jornalismo cidadão" começam a se multiplicar. Portais como IG e Terra já permitem que os usuários relatem os fatos em textos, fotos e vídeos.
Os sites dos jornais Estadão, O Globo e Lance! contam com canais para materiais noticiosos do público. Há ainda blogs noticiosos e páginas como o Overmundo, que publica reportagens sobre cultura.
"O jornalismo cidadão ainda é novo no País", diz o pesquisador do Ibope Inteligência José Calazans.
"Os brasileiros não têm o costume de procurar essas fontes alternativas para se manter informados." Mas, segundo a jornalista e especialista em mídia cidadã Ana Maria Bambrilla, isso tende a mudar.
"O País ainda tem limitações, como a pequena penetração da internet. Mas não tenho dúvidas de que o jornalismo cidadão ganhará mais adeptos no Brasil. Já é uma realidade hoje. E tende a crescer." As personal stylists Cristina Gabrielli, 31 anos, e Fernanda Rezende, 29 anos, por exemplo, já fazem parte desse novo movimento.
No blog Oficina de Estilo, elas publicam notícias sobre moda e cultura. Na última São Paulo Fashion Week, as duas foram até cobrir os desfiles pessoalmente. "A diferença entre uma notícia de um site tradicional e a publicada pela gente no blog é que conseguimos criar uma relação mais próxima com os leitores", diz Cristina. "As pessoas acessam o blog para ver as nossas impressões sobre tal coleção, por exemplo." Essa "democratização" do jornalismo, porém, não é bem vista por alguns setores da imprensa. Órgãos de classe, como sindicatos, defendem que só pode ser considerado jornalismo o que é gerado por profissionais com diploma superior de jornalismo.
"Um jornalista precisa conhecer técnicas, o que só se aprende na universidade", diz o presidente da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), Sérgio de Andrade. "Um internauta, por exemplo, não tem compromisso de checar bem a notícia antes de publicar." Nesta edição, o Link discute, com jornalistas, "repórteres" amadores e especialistas, esse novo modo de produzir e publicar notícias. E damos dicas para quem quiser entrar na onda.
Ah, e não esqueça sua câmera digital e seu bloco de anotações. Na web, agora é você quem faz a notícia.
As informações são do O Estado de S. Paulo.

 
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