sexta-feira, agosto 17, 2007

PORTEL NO INVERNO




Marajó do Mururé

Marajó do mururé,da canarana verdinha,nas margens do igarapé sou garça triste, branquinha.

Marajó do quiriru,dos tuins em revoada,do canto do uirapuru ao despontar da alvorada.

Marajó do tucuxi,do boto namorador,da pesca no cacuri,das fazendas, do feitor.

Marajó da farinhada,da mandioca em paneiro do caçador de espingarda atrás do boi marrequeiro.

Marajó do açaí,em cuia pitinga pintada,do fumo do taquari,da sucuri encantada.

Marajó das caiçaras,dos embarques, das marés,dos cerrados, das coivaras,da pesca dos jacarés.

Marajó da muriçoca,das fogueiras no terreiro,do beiju de Tapioca merenda do Fazendeiro.


Marajó índio guerreiro que em mim causa mormaço e eu filha de fazendeirote amo, te beijo, te abraço.

Sylvia Helena TocantinsEscritora e membro da Academia Paraense de Letras

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