Pescador acusado de abuso sexual em Portel
Em Portel, na ilha do Marajó, duas irmãs, uma de 11 anos e outra de 6, foram abusadas sexualmente. Segundo as meninas, o abusador seria Emílio Canço, um pescador de 78 anos, que mora próximo à casa delas, às margens do rio Aruanã, a onze horas de barco da sede de Portel. O homem ainda não foi ouvido. Segundo o delegado responsável pelo caso, Adalberto Pereira Cardoso, o caso foi denunciado depois que o diretor da escola em que as meninas estudam, na Vila Elmo Balbinot, procurou o conselho tutelar da cidade, que fez a denúncia à polícia. Segundo Adalberto Cardoso, somente ontem foi possível pedir a prisão preventiva do acusado, porque o juiz não se encontrava na cidade na semana passada. O delegado disse que, segundo laudos médicos realizados nas crianças, as duas apresentam marcas de violência nas pernas e região genital.
O diretor da escola Elmo Balbinot, Paulo Rodrigues Pantoja Júnior, disse que o caso veio à tona depois que a avó das meninas procurou a escola. 'Ela chegou chorando e pedindo ajuda', disse o diretor. Segundo ele, o caso aconteceu distante da vila onde se encontra escola. Paulo disse que, apesar de não suspeitar da ocorrência de abuso, já vinha percebendo diferença no comportamento das meninas. 'Elas estavam muito retraídas nos últmos meses', disse o professor.
Casos como os das duas crianças são comuns em Portel. Segundo o delegado, na mesma semana em que recebeu a denúncia das duas irmãs, começou a investigar também outro caso de semelhante, em que uma menina de 12 anos vinha sendo abusada pelo padastro, supostamente com a conivência da mãe dela. Há suspeitas, disse o policial, que a menina vinha sendo abusada pelo marido da mãe desde os 7 anos de idade. Nesse caso, a iniciativa da denúncia partiu da própria menina, que procurou o conselho tutelar, acompanhada por outro homem, com mais de 40 anos. Segundo o delegado, o combate aos crimes sexuais na Ilha do Marajó são dificultados pelas distâncias e falta de estrutura. A Polícia Civil, por exemplo, não possui sequer uma lancha para realizar diligências. O conselho tutelar, único da cidade, não possui sequer telefone. Os conselheiros se comunicam com um celular de cartão, cujo dinheiro da recarga tem que ser pedido semanalmente à prefeitura.
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