Caxiúana no Arquipélago do Marajó poderá ser zona úmida internacional
Caxiúana
10/09/2007
Por enquanto ainda é só uma proposta, sugerida por técnicos da atual Secretaria de Estado de Meio Ambiente, nos estudos do Zoneamento Ecológico-Econômico do Pará (ZEE). Mas o Marajó reuni as condições necessárias para receber o reconhecimento internacional de ser um território de zonas úmidas ou `Sítio Ramsar`.
O nome Ramsar é uma referência à cidade iraniana onde foi assinado, em 1971, o tratado para a conservação e o uso racional das chamadas zonas úmidas planetárias, a `Convenção de Ransar`.
O arquipélago do Marajó, que é uma Área de Proteção Ambiental(APA), tem essa indicação nos estudos do ZEE, enquanto `Espaços Especialmente Protegidos`, explica Crisomar Lobato, da coordenação de Proteção Ambiental da Sema, um dos defensores da proposta.`O Marajó tem o perfil geográfico, ecológico, cultural e turístico que se enquadra perfeitamente nas exigências da Convenção de Ramsar, e a inclusão num do arquipélago em zona úmida poderá gerar emprego e renda, sem falar dos ganhos com pesquisa para conhecimento científico`, defende Lobato.
Zonas Úmidas - As principais características dessas áreas são a exuberância de diversidade biológica e o fato de serem os ambientes mais produtivos do planeta. Suas funções ecológicas são vitais, com destaque para os serviços de proteção da costa marinha, qualidade da água e, podem ajudar a combater uma situação que vem tirando o sono de muitos cientistas: o desequilíbrio climático da Terra.
A Convenção de Ramsar define zona úmida de uma forma bastante abrangente, incluindo áreas de pântanos, charcos, turfas, superfícies cobertas de água (de regime natural ou artificial), permanentes ou temporárias, com água parada ou corrente, doce, salobra ou salgada. E amplia as zonas com as áreas marinhas, desde que a profundidade da maré baixa não ultrapasse a linha de seis metros, as regiões ribeirinhas, ilhas, e nestas duas situações, contempla o cenário amazônico e marajoara.
Mais de 140 países assinaram o tratado e, atualmente, já existem cerca de 1.320 Sítios Ramsar, todos com reconhecimento internacional. Para discutir planos, tendências e calibrar processos, a cada três anos representantes dos governos e especialistas se encontram nas Conferências das Partes (Cop).
Brasil - Em 24 de setembro de 1993, o Brasil ratificou a Convenção, sendo o 6º país do planeta em superfície na Lista de Ramsar. Temos oito zonas úmidas ou Sítios Ramsar, área equivalente a 6.456.896 hectares.Participar da Lista de Ramsar significa a possibilidade de negociação internacional focada no desenvolvimento de pesquisas, financiamento internacional e acordos de cooperação intergovernamental.Os governos têm que promover o uso sustentável das zonas úmidas, adotar políticas, legislação específica, programas de educação e conscientização ambiental, pesquisa, sem descurar do papel desses sítios para as atuais e futuras gerações.
Já existem oito Sítios Ramsar no Brasil, um deles localizado no Amazonas, a Reserva de Desenvolvimento Sustentável de Mamirauá. No estado vizinho, o Maranhão, são três : Área de Proteção Ambiental da Baixada Maranhense; Área de Proteção Ambiental das Reentrâncias Maranhenses; os Baixos do `Mestre Álvaro` e do Tarol. O Mato Grosso tem a Reserva Particular do Patrimônio Natural do Sesc -Pantanal.
Segundo ainda Crisomar Lobato, `o Pará deve lutar pelo reconhecimento internacional das potencialidades, já citadas, no Arquipélago do Marajó. Nós temos que defender aquele patrimônio e estudá-lo melhor`, adverte.
Fonte: Agência Pará
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