Peixe-boi bebê é capturado em Portel
Um filhote de peixe-boi, animal ameaçado de extinção, foi levado ao Jardim Botânico Bosque Rodrigues Alves, no sábado, 26, para ser tratado. Depois de se desgarrar da mãe, que provavelmente foi morta, o animal recém-nascido foi encontrado por moradores do município de Portel, no rio Acuti Pereira. Ainda correndo risco de vida, o filhote deve permanecer em Belém por, no máximo, um mês, para então ser levado a um centro especializado, escolhido pelo Centro de Mamíferos Aquáticos (CME).
O animal foi encontrado na terça-feira, 22, por moradores da comunidade Santo Ezequiel Moreno, pertencente a Portel. De imediato, o filhote foi cercado no rio para não fugir, e a Secretaria do Meio Ambiente do município foi avisada. O Ibama, o CME e a Secretaria de Meio Ambiente de Belém foram acionados e iniciaram a operação de transporte do animal, coordenada pelos veterinários do Bosque Rodrigues Alves, Jairo Moura e Doracélia Alcântara.
Jairo conta que o peixe-boi aparentava ter entre 15 e 20 dias de vida, pois ainda havia restos de seu cordão umbilical. Também foram notadas pequenas escoriações pelo corpo do animal. Por isso, o veterinário teme que o mamífero não resista. 'Como há muitos fatores negativos, o principal é que ele é recém-nascido, estimo que tenha 50% de chance de sobreviver, mesmo já tendo um cuidado diário no Bosque', afirma. O animal é amamentado quatro vezes por dia, além de receber medicamentos e acompanhamento dos veterinários. Um peixe-boi costuma mamar por dois anos e vive até no máximo 70 anos.
A fragilidade do mamífero, explica Jairo, é o fator que obriga o tratamento num centro especializado, o que não existe em Belém. 'No Bosque e no Museu só existem animais adultos, mas nenhum lugar aqui está preparado para cuidar de um recém-nascido', conta. Os destinos mais prováveis do animal são Manaus, no Amazonas, e Balbina, no interior do mesmo Estado.
No Brasil há duas espécies de peixe-boi: o de água salgada, que vive no mar, e o de água doce, a espécie do filhote capturado na semana passada. Ambos estão ameaçados de extinção por conta da caça predatória feita durante os últimos anos. Calcula-se que existam cerca de 500 peixes-boi marinhos na costa brasileira. Quanto aos de água doce, não há estimativa. 'Eles têm cor muito escura, é difícil catalogar', explica Jairo Moura.
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